Capítulo 26 - O grande dia

As semanas passaram rapidamente e logo chegara o dia do casamento. O dia amanheceu dourado sobre a fazenda Lancaster, como se o próprio céu desejasse celebrar o casamento de Philip e Stela. O vento soprava suavemente, balançando as folhas da grande árvore que, em poucas horas, testemunharia a união dos dois. O gramado fora decorado com simplicidade e delicadeza, pequenos arranjos de flores silvestres enfeitavam o caminho até o altar, enquanto as cadeiras estavam dispostas sob a sombra acolhedora dos galhos frondosos.

A casa dos Lancaster estava em plena efervescência. Margaret, atenta a cada detalhe, certificava-se de que tudo estivesse perfeito. Edward, em sua postura sempre serena, recebia os convidados com um sorriso discreto. Henry e William circulavam entre os presentes, garantindo que cada arranjo estivesse no devido lugar.

Mas ninguém irradiava mais felicidade que Timont. O menino vestia um traje bem alinhado, com um pequeno laço na gola da camisa. Ele levava consigo a responsabilidade de carregar as alianças—e a honra de ver sua irmã se casar com o homem que ele agora chamava de família.

No andar de cima da casa, Stela olhava-se no espelho, sem acreditar na imagem que via.

Seu vestido era delicado e etéreo, feito de um tecido fluído que se moldava com suavidade ao seu corpo. As mangas eram levemente transparentes, adornadas com bordados florais que desciam até seus pulsos. A saia esvoaçava graciosamente, e uma fita singela marcava sua cintura.

Seus cabelos ruivos estavam presos em um coque baixo, com algumas mechas soltas ao redor do rosto, e uma fina grinalda de pequenas flores brancas repousava sobre sua cabeça.

Margaret, parada atrás dela, observava-a com um brilho nos olhos.

— Você está deslumbrante — disse, pousando uma mão em seu ombro.

Stela sorriu, mas seu coração martelava.

— Nunca imaginei viver algo assim — confessou.

Margaret apertou-lhe o ombro com ternura.

— Meu filho nunca imaginou amar como ama você. Mas aqui estamos. E isso significa que certas coisas são simplesmente… destinadas.

Stela respirou fundo, deixando que aquelas palavras a acalmassem.

— Está pronta?

Ela olhou-se no espelho mais uma vez e assentiu.

Sim, estava pronta.

Do lado de fora, Philip esperava.

Vestia um terno cinza-claro, o colete bem ajustado realçando sua postura firme e imponente. A gravata escura contrastava com a camisa de linho branco, e seus cabelos estavam perfeitamente alinhados, embora algumas mechas rebeldes escapassem, como sempre acontecia.

Mas o que realmente chamava a atenção era seu olhar.

Quando a música começou e Stela surgiu ao longe, caminhando lentamente pelo gramado florido, Philip sentiu o chão desaparecer sob seus pés.

Ela estava linda. Não—ela era a própria imagem da beleza.

E então, naquele instante, ele soube.

Soube que jamais amaria outra mulher. Soube que tudo o que passou, toda dor, toda guerra, tudo o que o trouxe até aquele momento, valeu a pena porque o destino o conduziu até ela.

O celebrante sorriu ao ver Stela chegar ao altar e Philip estender a mão para ajudá-la a subir no pequeno tablado de madeira. Após ele depositar um beijo tenro sobre sua testa, viraram-se de frente ao altar dando início a cerimônia.

O celebrante sorriu ao ver Stela chegar ao altar e Philip estender a mão para ajudá-la a subir no pequeno tablado de madeira.

— Hoje nos reunimos sob esta árvore, diante de Deus e das pessoas que mais importam, para testemunhar a união de Philip Lancaster e Stela Whitmore.

As palavras ecoaram entre os presentes.

— O casamento é um laço sagrado, um compromisso diante do Senhor, uma promessa de amor, respeito e cumplicidade. E para que esta união seja forte e duradoura, lembrem-se sempre de :

Perdoar e pedir perdão.
Manter-se calmos, evitem falar sem pensar e tentem entender o que o outro sente.
Busquem compreender o motivo das dificuldades e trabalhem juntos para superá-las.
Peçam a ajuda de Deus em oração.
Mantenham o nosso Pai que está no céu como a base do relacionamento.
Trabalhem juntos para melhorar o lar que estão construindo.
Aprendam a perdoar e deixem o ressentimento para trás.

Stela sentiu a mão de Philip apertar a sua com firmeza. Ali, naquelas palavras, estava o fundamento do lar que construiriam juntos.

O celebrante prosseguiu, sua voz carregando o peso da promessa que fariam um ao outro.

— Está escrito: “O homem deixará seu pai e sua mãe, e apegar-se-á à sua esposa, e eles se tornarão uma só carne.” Hoje, vocês deixam para trás as vidas que conheciam para se tornarem um.

Philip e Stela trocaram um olhar carregado de significado.

— E Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora idônea.” Vocês foram feitos um para o outro, para se fortalecerem, para se ampararem nos momentos difíceis e para compartilharem as alegrias da vida.

Lágrimas desceram silenciosas pelo rosto de Margaret Lancaster. Edward, ao seu lado, segurava a mão da esposa com orgulho nos olhos.

— Crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai a terra — continuou o celebrante, olhando para Stela com suavidade. — Pois os filhos são herança do Senhor, um presente dos céus.

Philip engoliu em seco. A ideia de ter filhos com Stela, de formar uma família ao lado dela, de vê-la carregar o fruto do amor deles… nunca antes aquilo lhe parecera tão certo.

— Philip Lancaster — chamou o celebrante. — Você aceita Stela Whitmore como sua esposa, para amá-la, honrá-la e protegê-la todos os dias da sua vida?

Philip olhou nos olhos dela, sua voz saindo firme e carregada de verdade.

— Sim, eu aceito.

— Stela Whitmore — o celebrante voltou-se para ela. — Você aceita Philip Lancaster como seu esposo, para amá-lo, respeitá-lo e construir um lar ao lado dele?

As lágrimas que antes apenas ameaçavam cair deslizaram suavemente pelo rosto de Stela quando ela respondeu:

— Sim, eu aceito.

Timont então aproximou-se, segurando uma almofada de linho com as alianças. Seu rosto irradiava felicidade.

Philip pegou a aliança e deslizou-a com reverência no dedo de Stela, sem desviar os olhos dos dela. Stela fez o mesmo, suas mãos tremendo levemente.

— Com a autoridade que me foi concedida, os declaro marido e mulher. Philip, pode beijar sua esposa.

Philip segurou delicadamente o rosto de Stela e, diante de todos, selou o amor deles com um beijo. Foi um beijo terno, cheio de promessas silenciosas e entrega. Aquele momento não era apenas um ato simbólico—era a fusão de duas almas que haviam sido destinadas uma à outra.

A família aplaudiu, os amigos sorriram, e o céu parecia testemunhar a união, tingindo-se de tons alaranjados sob o pôr do sol.

Philip envolveu Stela em seus braços, a testa colada na dela.

— Você é minha agora — murmurou, sua voz embargada.

— Sempre fui — respondeu ela, sorrindo.

E então, sob a luz dourada do pôr do sol, eles finalmente eram um só.

***

O sol já se recolhia no horizonte, tingindo o céu com tons rosados, quando os primeiros acordes de música começaram a soar na fazenda Lancaster. O casamento, embora simples, transbordava encanto e alegria.

As mesas foram postas ao ar livre, cobertas por toalhas de linho e enfeitadas com flores silvestres colhidas por Stela e Margaret nos dias anteriores. Pequenas lanternas começavam a se acender conforme a luz natural cedia lugar ao brilho suave da noite.

Timont corria de um lado para o outro, agora completamente à vontade, ajudando como podia e recebendo abraços dos convidados que o parabenizavam por “ganhar um novo pai”. O menino inflava o peito a cada vez que ouvia aquilo.

A família Lancaster estava radiante. Edward conversava animado com alguns conhecidos da vila, enquanto Margaret, com os olhos ainda marejados, abraçava Stela com ternura.

— Minha querida, não poderia ter sonhado com uma nora melhor — disse, segurando suas mãos.

Stela sorriu, sentindo-se completamente acolhida.

Henry, sempre espirituoso, ergueu sua taça e bateu levemente a lateral com uma colher.

— Senhores e senhoras, prestem atenção!

As conversas cessaram, e todos voltaram-se para ele.

— Meu irmão, o sempre tão sério Philip Lancaster, casou-se hoje. E não apenas isso, mas com uma mulher que o fez rir — o que, convenhamos, é um feito extraordinário.

Risadas ecoaram entre os convidados, e Philip apenas revirou os olhos, sorrindo de lado.

— Portanto, proponho um brinde! A Philip, que finalmente encontrou alguém para fazê-lo sorrir, e a Stela, que teve a paciência de domá-lo.

Todos ergueram as taças em meio a aplausos e palavras de felicidades, e Philip apertou suavemente a mão de Stela sob a mesa. Naquele instante, ele soube que nunca estaria sozinho.

A melodia suave de um violino preencheu o ar, e os casais começaram a se reunir para a dança. Henry e William foram rápidos em puxar suas respectivas companheiras para o centro do gramado iluminado por lanternas, e alguns moradores da vila também começaram a rodopiar ao som da música.

Philip levantou-se e estendeu a mão para Stela.

— Dança comigo?

Ela hesitou por um segundo, surpresa, mas então entrelaçou os dedos nos dele.

— Eu não sabia que você dançava.

Ele inclinou-se ligeiramente, murmurando próximo ao ouvido dela:

— Há muitas coisas que você ainda não sabe sobre mim, Sra. Lancaster.

Ela sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha ao ouvir o título e sorriu. Sim, agora era sua esposa.

Philip guiou-a para o centro do gramado e posicionou uma mão firme na curva de sua cintura, enquanto a outra segurava a dela com segurança.

A música começou, e Stela se viu perdida na maneira como ele a conduzia com precisão e leveza.

— Você dança muito bem — admitiu.

— Eu tive bons professores — respondeu ele, com um leve sorriso.

Ela o observou sob a luz suave, os traços de seu rosto realçados pelo brilho das lanternas. Philip era um homem bonito, mas naquele momento, parecia ainda mais deslumbrante.

— No que está pensando? — ele perguntou, notando seu olhar.

Ela abriu um sorriso travesso.

— Que ainda me surpreende o fato de você sorrir agora.

Philip riu, um som raro, mas genuíno.

— Talvez você tenha esse efeito sobre mim.

Eles continuaram a dançar, e quando a música chegou ao fim, Philip inclinou-se e beijou-lhe a testa com delicadeza. Era um beijo de gratidão e de ternura. Para sempre estariam juntos.

Conforme a noite avançava, os convidados começaram a se dispersar. Timont, exausto depois de um dia cheio de emoções, adormecera no colo de Margaret, que alisava seus cabelos com carinho maternal.

Philip aproximou-se, tocando de leve o ombro da mãe.

— Vamos levá-lo para dentro — disse ele, e juntos conduziram o menino até um dos quartos da fazenda.

Ao retornarem, Margaret olhou para o filho e para Stela, segurando as mãos de ambos.

— Esta casa sempre será um lar para vocês. Mas agora vocês têm um novo lar.

Stela sentiu um calor no peito, e Philip beijou a mãe na testa em agradecimento.

Pouco depois, ele ajudou Stela a subir na caminhonete.

Quando se acomodaram, Stela olhou uma última vez para a fazenda Lancaster iluminada, o coração transbordando de gratidão e partiram pela estrada que os levaria de volta à casa onde tudo começara. Mas agora, não era apenas a casa de Philip. Era a casa deles.

Philip tomou sua mão, entrelaçando os dedos nos dela.

— Está pronta para nossa nova vida?

Ela o observou sob a luz das estrelas, um sorriso suave curvando seus lábios.

— Eu nasci para isso.

E então, sob o som suave do motor, a lua cheia iluminando o céu, seguiram pela estrada rumo à primeira noite de suas vidas, não mais como guardião e protegida, mas como marido e mulher.

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